Januário Garcia Leal - O Sete Orelhas

Januário Garcia Leal morador da localidade de Ventania, hoje município de Alpinópolis MG, recebeu a patente nomeando como Capitão de Ordenanças do Distrito de São José e Dores (Hoje Alfenas MG), tinha uma vida pacata até a morte de seu irmão João Garcia Leal o que fez entrar para a história. (Fato Veridico).
Seu irmão foi morto na entre São Bento Abade e Luminárias ambas em Minas Gerais por 7 irmãos a sangue frio, estes o amarram numa figueira e tiraram o seu coro ainda vivo.

Para vingar a morte do irmão que foi esfolado vivo, o justiceiro fez uma caçada de 6 anos pelos sertões mineiros, até então era considerado um homem bom e trabalhador.
Essa história possui 210 anos e aconteceu em uma propiedade particular de São Bento Abade MG, o local do ocorrido foi tombado pelo municipio e a saga do justiceiro esta a caminho de ganhar registro como patrimonio imaterial e já interesse de ser tema de filme.

Possuidor de vários bens e pertencente a uma familia tradicional do Sul de Minas, ele teria visto a cena do alto de um morro pelos filhos do fazendeiro Francisco Silva, abandonou tudo, familia, fazendas, uniu a um irmao e a um primo e iniciou a vingança, vale ressaltar que, antes de tal decisão, apelou as autoridades de São João Del Rei, sede da comarca do Rio das Mortes, não obteve sucesso e fez a justiça com as propias mãos seguindo a Lei do Talião: "Morte aos Matadores".

Houve um tempo em Minas que existia 2 justiças vamos assim dizer:

Estado Português: lenta, burocrática e ineficaz, não muito diferente dos dias de hoje...
E a dos Garcias: rápida, imperativa e implacável


A vericidade dessa história pode ser vista no arquivo publico mineiro, em 1803 uma moradora da vila São Bento do Tamanduá (hoje Itapecerica) onde ela representa o governo português contra o SETE ORELHAS, no documento é citado uma fiada de orelhas usada pelo justiceiro.
Relatos mostram que até mesmo Fernando Vasconcelos o responsaável por prender os inconfidentes não conseguiu sucesso na missão de prender o SETE ORELHAS.
Os irmãos assassinos ao saberem do intuito de Januário, na fuga 3 deles já foram assassinados, os demais em localidades diferentes e o ultimo 6 anos depois do fato na região de Diamantina no Vale do Jequitinhonha.

Januário lhe deu uma chance de viver e pediu que esse contasse 100 passos e iria atirar, caso não acertasse o último sobrevivente dos irmãos familia Francisco Silva poderia fugir...

E assim terminou a vingança do SETE ORELHAS, relato auto corpo delito e inventário de Januário foram encontrados em Santa Catarina, que por ironia do destino morreu com uma pancada na orelha em curral , seu  irmão e seu primo foram presos pela coroa portuguesa.

A influencia desse ato do Sete Orelhas teria vindo de seu parente Bartolomeu Bueno do Prado, segundo histórias contadas pelos seus pais , e relatos de historiadores que este possuia 3,900 orelhas de escravos fugitivos, e essa história teria influenciado a vingança.






Essa seria a Figueira do Tira couro, existente até hoje numa propiedade particular de São Bento Abade MG e no monumento existe na entrada da cidade...

HERÓI ou BANDIDO ?


Créditos:  José Ricardo Pereira que numa dessas andanças por essas estradas das Gerais nos contou essa interessante história....

Fontes: Wikipedia, Estado de Minas, Redes Sociais






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